12 Agosto2011 12:52
Camilo Lourenço - camilolourenco@gmail.com
Camilo Lourenço
OpiniãoMas que desilusão… Governo e Troika!
Essa foi ao lado, dr. Soares
Quanto mais tem, mais o Estado gasta. E mal…
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Mário Soares atingiu aquele estatuto de alguém que pode dizer o que lhe apetecer.
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Mário Soares atingiu aquele estatuto de alguém que pode dizer o que lhe apetecer. Ontem provou isso mesmo em entrevista à "Visão". Ao falar de privatizações mostrou-se preocupado com a política seguida pelo actual governo. Política (de privatizações) que, em sua opinião, é feita "a qualquer preço, arruinando o património nacional, sem contrapartidas sólidas". E por onde comecou as críticas, o dr. Soares? Pelo "péssimo exemplo" do BPN, a que somou, entre outras empresas, a TAP.
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Vamos por partes: o dr. Soares tem razão em estar preocupado por estarmos a vender empresas em condições tão pouco favoráveis?
Tem. Mas isso não depende deste governo. Como não dependeria de um governo do PS, se estivesse no Poder.
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Nós estamos vender os anéis (EDP, REN, GALP e outras) porque não temos alternativa (a TAP é outra história: está falida e o Estado não pode lá por dinheiro).
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Precisávamos de dinheiro para pagar as contas e quem tinha para o emprestar (Troika) disse aquilo que nós diríamos se estivéssemos no seu lugar: "A gente empresta; mas que diabo, pelo menos vendam alguns anéis".
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Não sei o que leva alguém inteligente como o dr. Soares a errar tão grosseiramente no alvo. É por politiquice? Não faz sentido: ele já foi tudo o que quis ser na política portuguesa. E tem autoridade para dizer algumas verdades (chatas) à sua família política: lembrar que quem pôs o país no "buraco" foi um 1o ministro cor-de-rosa...
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Mas onde as críticas de Soares não fazem mesmo sentido é no BPN. Porque a alternativa (fechar o banco) saía bem mais cara. E a partir do momento em que a Troika fixou uma data para a venda, o governo ficou nas mãos dos interessados.
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Se calhar Soares mantém o problema dos tempos em que foi 1º ministro: confunde milhares com milhões. É pena.